segunda-feira, 15 de março de 2010

Perecível

Não entendo muito bem do que se faz o arco-íris
Se é de gota, do sol ou das pinceladas de um artista
Sei que ele só existe quando é visto
Sua exibição rápida aos olhos da natureza
Só é válida caso em alguma memória se conter
Para mais tarde colorir os sonhos

Muitas coisas só existem se são vistas
Outras só existem se forem vivas
Outras vivas, nem existem
Quando ao invés de “ser” preferem “estar”
Outras existem apenas nas recordações
Há quem viva estando morto
E há quem morra estando vivo

Há pessoas que existem somente em projeções
Sentimentos são inventados, gestos mal interpretados
Uma personalidade forjada aos olhos de quem vê com coração
E não é preciso muito
Pra que a projeção se parta e reste só realidade
Que a princípio dói por ser verdade
Mas não é a verdade que dói
É a mentira antes vivida

Então, quando o encanto se desperta
Tal pessoa inexiste
E se perde num pretérito onde fora esboçada
Vaga por pensamentos, sentimentos
Que se por ora doem, ora se dissolvem e aliviam
Seguindo os moldes de sua aura

Pois bem, hoje alguém morreu em mim
Uma essência de minha própria invenção
Desprendeu-se das minhas vontades
Há um tempo até a completa decomposição do sonho
Que desaparece como o arco-íris
As cores se perdem num azul sem fim
Como tal pessoa se perdeu dentro de mim

Um comentário:

  1. que merda essas pessoas que precisam passar por essas merdas pra escreverem... bem, e muito bem. teu blog ficou produtivo, preferia quando estava parado.

    =*

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